Nível, pressão e afins.
Anda tudo stressado.
Aparentemente, a maior parte das pessoas inscritas nos três core courses (Microeconomia, Macroeconomia e Econometria) está cansada e desanimada. O 1st quarter é assim, repetem os estudantes mais velhos. Confesso que as pessoas com quem costumo privar são bastante relaxadas (algumas demasiado relaxadas) e por isso não tinha noção do que se passava. Esta semana é que percebi que o ar cansado de grande de parte da malta não era dos copos na noite anterior.
Quanto ao nível. Até agora, no único teste em que tivemos nota safei-me bem. Dezanove em vinte, com mais de metade de negativas. Não foi inesperado, já vomito Solow e modelos de crescimento por todos os lados. Este foi o teste que baixou a moral da malta, que se queixava essencialmente de falta de tempo. Entretanto já houve outro que, em termos gerais, correu muito melhor e terça-feira temos o último do módulo.
Macroeconomia é a cadeira mais fácil. Comparando com a Nova é um pouco mais sofisticada, com equações diferenciais, análise de estabilidade e derivação do stable arm, algumas provas que não fazíamos. Já Microeconomia é claramente mais puxada, mas ao mesmo tempo mais divertida. As aulas são sessões de estudo em grupo do MWG. Provamos tudo. O professor dá-nos tempo e espaço para arriscar nos passos das provas, o que resulta numa aula interactiva. Há sempre alguém que sabe; também há quem nunca saiba, mas gosto do ritmo e participo bastante. No final da discussão de cada passo, o Alberto, ele é que quer que o chamemos Alberto, resume matematicamente o argumento no quadro. Econometria é ligeiramente mais leve que na Nova. Damos algumas coisas que não vimos na Nova, mas o tratamento da Teoria Assimptótica é claramente mais incompleta, sem grandes preocupações entre as diferenças entre convergência em probabilidade, quase certamente, etc... São definições atrás de definições e passos chatíssimos. Parece que seguimos o Greene, mas confesso que ainda não peguei no livro.
Em relação aos alunos, a sensação com que tenho ficado (incompleta, há sempre a malta silenciosa), é que há um grupo de 10-15 alunos que são muito bons, em 50 a fazer os core courses, e parte destes está em vias de se candidatar para os states; mas também há muita gente "enganada". Infelizmente, o programa funciona muito à base da auto-selecção e há pessoas que vão perder um ano da sua vida a perceber que isto se calhar não é para eles. É bom dar hipóteses a um grupo grande de pessoas, mas imagino que seja muito frustrante. Espero nunca pertencer a este grupo.
Comentário final em relação aos assistentes. Terríveis. Inúteis. Ontem, numa festa de inauguração dum apartamento de dois tipos do programa (um do primeiro ano, outro mais velho), foi-me apresentado o meu TA de Microeconomia. Comentei que as aulas a rever problem sets são inúteis, ele disse-me que em três anos, só foi a três aulas práticas; mas a pergunta que eu tinha na ponta da língua era: "Como é que consegues ir para a aula sem sequer perceberes as soluções do Mas-Colell? Uma vez por outra ainda percebo, mas dizem-me que isto acontece em todas as sessões." Em vez disso, perguntei-lhe de onde era e ensinei-lhe a pronunciar o meu nome (coisa mai linda, estou sempre a fazê-lo). Faltou-me a lata, mas ele merecia...
3 Comments:
GREENE!!! Deus me livre! O FM deve estar a ter palpitações a esta hora. (OK, o prof. "aceita" algumas partes do livro mas diremos que não é o livro que ele mais gosta, dito de maneira muito suave)
Hayashi é a segunda referência. Um pouco mais avançada, diz no programa.
Já agora, a Macro seguimos Barro e Sala-i-Martin e um tal Adda e Cooper (Dynamic Economics).
19 em 20... Sim senhor, parabens maninho, estas a ficar mais inteligente :p
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