Semana

Depois do Midterm na terça-feira, que era acessível e que correu bem; pouco para contar.

Fomos sair na terça, depois do futebol, e acabámos num bar demasiado 'pijo' (chique ou posh). De resto, o bar era uma péssima ideia. Além de não perceber o conceito de sandwiches gourmet, especialmente a parte de usarem panrico sem côdea, o bar misturava doses minúsculas, over-priced, com um conceito baseado em Comics. Isto incluia uma decoração muito cuidada, projecção em tela de comics e diversos livros espalhados pelo bar. Se adicionarmos o facto de estar localizado na Reboleira do Borne, não vos surpreenderá que estivesse completamente vazio. Parece que os geeks de Barcelona não gostam de pagar 6 euros por um pedacito de pão com fígado de pato e arriscarem-se a serem assaltados, por um bar com uma reprodução de corpo inteiro da catwoman na parede.

Dois erros na quarta: ajudar um colega a trazer um guarda-roupa de 40 kgs do IKEA (pior, o tipo morava longe); e uma siesta de hora e meia às seis da tarde como consequência, com meia hora para adormecer. Claro que isto não é siesta e dormi pouco de noite.

Quinta foi inteiramente dedicada ao problem set de micro, culminando em bocadillos e cerveja, já uma tradição. Na aula do dia seguinte fui informado que não seria necessário entregar o problem set porque muita gente tinha tido dificuldades e eram difíceis. Faltava-me um (sobre obter a função despesa a partir das procuras com L bens) e tinha dois com soluções substancialmente diferentes das do livro de soluções (mais simples, pois claro), por isso até calhou bem.

Hoje, problem set de macro na universidade. De noite fiz double bill de bola. Milão contra a Juventus, ao lado de um rossoneri babado (3-1 para o Milão, depois de 3-0 e uma carrada de contra-ataques tipo goleada à vista); e Naval - Benfica. O italiano ainda aguentou 65 minutos de Liga Betandwin, apesar do campo ensopado e assim. Claramente o Benfica devia ter ganho facilmente e culpo mais o Petit, por perder uma bola a meio campo no lance do golo, que o(s) árbitro(s) assistente(s)...

E por agora é tudo que amanhã tenho de terminar o problem set de macro e tratar da lide da casa.

Jantar

Sinceramente, não sei o que me passa pela cabeça para levar um paper, um livro e alguns apontamentos para a cozinha quando vou jantar.

Não sei se será um ataque de loucura temporária, que assustadoramente se repete nas vésperas de um teste, e que me faz pensar que terei tempo para folhear uma série de páginas ou, pior, que faz todo o sentido ter escolha de leitura (!?).

Para variar, o livro ficou por abrir, os apontamentos por rever e apenas li a Introdução e a Conclusão do paper, que fiz questão de sujar com molho do esparguete à bolonhesa.

Contactos

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Telefone: +34626466259 e +351963571336.

Nível, pressão e afins.

Anda tudo stressado.

Aparentemente, a maior parte das pessoas inscritas nos três core courses (Microeconomia, Macroeconomia e Econometria) está cansada e desanimada. O 1st quarter é assim, repetem os estudantes mais velhos. Confesso que as pessoas com quem costumo privar são bastante relaxadas (algumas demasiado relaxadas) e por isso não tinha noção do que se passava. Esta semana é que percebi que o ar cansado de grande de parte da malta não era dos copos na noite anterior.

Quanto ao nível. Até agora, no único teste em que tivemos nota safei-me bem. Dezanove em vinte, com mais de metade de negativas. Não foi inesperado, já vomito Solow e modelos de crescimento por todos os lados. Este foi o teste que baixou a moral da malta, que se queixava essencialmente de falta de tempo. Entretanto já houve outro que, em termos gerais, correu muito melhor e terça-feira temos o último do módulo.

Macroeconomia é a cadeira mais fácil. Comparando com a Nova é um pouco mais sofisticada, com equações diferenciais, análise de estabilidade e derivação do stable arm, algumas provas que não fazíamos. Já Microeconomia é claramente mais puxada, mas ao mesmo tempo mais divertida. As aulas são sessões de estudo em grupo do MWG. Provamos tudo. O professor dá-nos tempo e espaço para arriscar nos passos das provas, o que resulta numa aula interactiva. Há sempre alguém que sabe; também há quem nunca saiba, mas gosto do ritmo e participo bastante. No final da discussão de cada passo, o Alberto, ele é que quer que o chamemos Alberto, resume matematicamente o argumento no quadro. Econometria é ligeiramente mais leve que na Nova. Damos algumas coisas que não vimos na Nova, mas o tratamento da Teoria Assimptótica é claramente mais incompleta, sem grandes preocupações entre as diferenças entre convergência em probabilidade, quase certamente, etc... São definições atrás de definições e passos chatíssimos. Parece que seguimos o Greene, mas confesso que ainda não peguei no livro.

Em relação aos alunos, a sensação com que tenho ficado (incompleta, há sempre a malta silenciosa), é que há um grupo de 10-15 alunos que são muito bons, em 50 a fazer os core courses, e parte destes está em vias de se candidatar para os states; mas também há muita gente "enganada". Infelizmente, o programa funciona muito à base da auto-selecção e há pessoas que vão perder um ano da sua vida a perceber que isto se calhar não é para eles. É bom dar hipóteses a um grupo grande de pessoas, mas imagino que seja muito frustrante. Espero nunca pertencer a este grupo.

Comentário final em relação aos assistentes. Terríveis. Inúteis. Ontem, numa festa de inauguração dum apartamento de dois tipos do programa (um do primeiro ano, outro mais velho), foi-me apresentado o meu TA de Microeconomia. Comentei que as aulas a rever problem sets são inúteis, ele disse-me que em três anos, só foi a três aulas práticas; mas a pergunta que eu tinha na ponta da língua era: "Como é que consegues ir para a aula sem sequer perceberes as soluções do Mas-Colell? Uma vez por outra ainda percebo, mas dizem-me que isto acontece em todas as sessões." Em vez disso, perguntei-lhe de onde era e ensinei-lhe a pronunciar o meu nome (coisa mai linda, estou sempre a fazê-lo). Faltou-me a lata, mas ele merecia...

Se estiverem a pensar ver um filme hoje...

O Benfica visto por locais

Um bom resultado ex-ante, mas mau ex-post. Podíamos ter afundado de vez o Villarreal na primeira parte, e trememos mais do que devíamos na segunda parte. Vi o jogo na TVE, mas vi-o com mais gente e reparei pouco nos comentários. De resto, só falei com dois não portugueses que viram o jogo. Um chileno disse-me que o Benfica teve sorte, mas está-se mesmo a ver que só viu a segunda parte (o treinador do Villarreal é chileno e isso também pode explicar); enquanto que o meu colega de casa referiu "equipa muito segura e compacta", "boa defesa", "podiam ter ganho no fim". Não foi a bomba por terras espanholas que podia ter sido, mas foi um primeiro passo simpático para voltarmos a ser mais conhecidos que o FCP. Nota final para o ar de desespero do treinador do Villarreal na primeira parte, com direito a montes de primeiros planos da realização. Não sei se o lugar do tipo está em perigo; é um facto que o campeonato não corre muito bem... Koeman devia ter feito um favor aos adeptos do Villarreal e arriscar um nadita mais (jogando sem Ricardo-sou-sempre-o-gajo-que-lixa-tudo-Rocha, por exemplo).

Selecção

Só agora vi os golos do Portugal 3 Letónia 0. Estamos com uma equipa do caraças e estou mesmo a ver que ainda vou ao Mundial. Malta, que dizem? Vejam lá os calendários, podemos aproveitar para discutir *inserir-tema-académico-com-nome-pomposo*.

Fim de Semana

O fim de semana ficou marcado pela histórica vitória do Benfica, que teve direito a cânticos SLB-SLB-GLORIOSO-SLB no bar; e pelo problem set de Macroeconomia.

O ritmo já acelarou, e muito, com testes e problem sets ao mesmo tempo. Já vi pessoas desesperadas, quase a chorar. Ontem ficámos até à meia-noite para terminar o problem set de Macro, mas isto incluiu muita galhofa e um almoço numa esplanada em Grácia que durou até às 16.30. Depois de terminado o problem set, fomos comer qualquer coisa na parte norte do Borne e descobri algo essencial.

Um café enorme, a roçar a tasca, com imperiais (33cl) a 1,25€. Os bocadillos eram uma baguete inteira, muito bem servida e pouco mais caros que os da cantina (cerca de 2,5€); não experimentei as tapas. Por volta da uma, tivemos que responder a "quem descobriu a penicilina?" e "quem descobriu a electricidade?", para os velhos bêbados ao balcão nos deixarem sair. Cheira-me que vou ficar cliente.

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Ao mesmo tempo que escrevo este post, um colega italiano tem em sua casa uma bolsa de cds que inclui, entre outras coisas, as obras completas de Carlos Fausto Bordalo Gomes Dias.

O Tempo em Barcelona

Desde que cheguei:

- Calor
- Trovoadas
- Tornados (cerca de 20, à volta de Barcelona. Geralmente há 2 ou 3 por ano e concentram-se no mar)
- Chuva, muita chuva
- Mais calor

Supostamente não é normal. Não a parte do calor, mas essencialmente as chuvadas, curtas e fortes, que parecem não parar. O meu colega de casa, esquerdista free, culpa a mudança das estações e o aquecimento global. Eu tenho tido muita muita muita sorte com a bicicleta.

Tentando combater a ausência de imagens deste blog com uma webcam...

O meu tapete de rato (de hoje)...

... O meu jantar de Domingo à noite.

(1) Rascunho do problem set de econometria da semana passada.
(2) Salada que ficou bem na foto.
(3) Nota-se mesmo que acabei um exercício do problem set de Macro desta semana e não me apetece pegar no segundo.

Campeonato do Mundo

Estamos lá.

O plano incluía ver o jogo todo mas o jantar atrasou-se e chegámos ao bar no final da primeira parte. Ainda foi embaraçoso, gabar Portugal como "a melhor equipa do mundo" a um amigo italiano (meio no gozo, meio a sério), e estar 0-1 para o Liechtenstein quando entrámos. Parece que vi o que interessava, e não cabia de mim em felicidade quando vi que era o Figo a marcar o penalty. Foi adiar o inevitável mas Pauleta nunca deveria passar o Eusébio.

Probabilidades

Uma semana sem ver a minha companheira de casa (horários, horários); e sábado ao almoço saímos do quarto para cozinhar ao mesmo tempo. Pelo menos tive companhia ao almoço.

Assistente de Microeconomia: Actualização

É muito melhor ter um tipo divertido capaz de fazer conversa com uma turma e a abusar de pausas estratégicas para ler partes do livro de soluções do MWG. Supostamente tinha chegado de férias no dia anterior, mas deve ser um record recomeçar três vezes o primeiro exercício do livro numa aula :>. Durei 10 minutos, não tinha grandes questões relativamente ao problem set, mas este, quando preparar as aulas, deve ser ok.

Vida de undergrad

O ambiente no pátio ao ar livre do meu campus da UPF é qualquer coisa. Penso nos espaços universitários mais relaxados que conheci em Lisboa, como o pátio do ISCTE ou a Esplanada da FSCH e nada serve como termo de comparação. Tenho que ir buscar um festival do Verão. Só para concretizar, isto inclui estudantes a beber cerveja às 10 da manhã, um cheiro demasiado intenso a droga e umas quantas boladas na janela, daquelas bolas mini, quando tenho aulas no rés-do-chão.

Estudar

Como se nota, hoje evitei sair para ficar em casa a "estudar".

(Que fique claro que ainda é a segunda semana, que a única coisa nova que vi (choice rules) é bastante fácil e que brevemente isto mudará. Para a semana já tenho um teste de Macro.)

Teaching Assistants e Praticals

Ponto prévio: é essencial perguntar o que se vai fazer na próxima aula prática. Não percebo a utilidade de regurgitar a resolução dos problem sets que se passou uma semana a resolver. Podia ser uma aula de dúvidas, uma selecção dos problemas em que as pessoas tiveram mais dificuldades, mas as duas primeiras praticals foram demasiado más para ser verdade.

Claro que os assistentes têm culpa. Já tive bastantes, já passei por lá e parece-me que o nível aqui é bastante baixo. O de Econometria até é um tipo porreiro mas fica demasiado nervoso e defensivo na aula, além de estar constantemente a lutar com o inglês. A de Macroeconomia é um caso à parte. Fascinante. Já tinha ficado intrigado quando o Professor se referiu a ela na aula com um "very nice girl". Hoje foi a primeira sessão. Nem sei como explicar, mas pensem no que sentiram durante o filme mais triste que já viram. A voz tremia como se a correcção do problem set de macro fossem memórias do Holocausto, no fio da navalha para se espalhar em soluços e ranho. Na cara, um olhar sem expressão, gélido, para lá de qualquer emoção, duma vítima do pós-guerra na Europa de Leste. Desconcertante. Não ajudou a forma defensiva, tudo na voz, com que insistia que um resultado para a velocidade de convergência era a definição de velocidade de convergência, muito menos o ritmo lento, desesperante, com que resolvia o exercício no quadro. Para acabar a ilustração, uma história do final da aula. Uns tipos turcos tiveram uma nota mais baixa porque emprestaram o problem set a alguém que entregou uma versão demasiado próxima (estes tiveram nota completa, o critério foi o primeiro corrigido). Nada de anormal até aqui. Entretanto o episódio prolongou-se até que um dos turcos começa a perguntar-lhe descaradamente: "Quando é que um aluno de PHD perde o espírito de ser aluno? Quero saber porque também quero fazer o PHD e quero estar preparado". A TA responde-lhe imediatamente com o ar mais gélido de sempre: "Eu não saberia, porque nunca tive esse espírito", enquanto punha de lado a tristeza para torcer o pescoço a um coelhinho branco com a voz. Foi enorme.

Conclusão: bastante expectativa em relação ao assistente de Microeconomia (3 maus em 3 é demasiado mau). Amanhã a aula será a correcção do primeiro problem set, exercícios do primeiro capítulo do Mas-Colell (bocejo), mas talvez apareça nos primeiros minutos para ver a espécie.

Futebol

O primeiro ano joga todas as terças à noite, isto depois de um passo em falso com jogos à segunda, invariavelmente seguido de demasiadas dificuldades em acordar para a aula das 9 do dia seguinte. Como somos muitos interessados facilmente se contornará jogos da liga dos campeões ou atrasos pontuais no problem set de Econometria, que se entrega no dia seguinte. São jogos amigáveis, relaxados, de nível técnico médio-baixo e nível táctico próximo de zero.

Os alunos mais velhos do Programa jogam às quintas e raramente têm 12 jogadores. Uma delegação do primeiro ano, por vezes uma equipa inteira (e aqui a coisa fica estupidamente séria), é então convidada. Às quintas, a mesma "cancha" tranforma-se num local de batalha; o jogo é para ganhar e isso nota-se quando o TA de Econometria nos leva a perna na sequência de um carrinho, ou o TA do Math Revision Course desata a gritar com o defesa direito (eu era defesa esquerdo), também do primeiro ano, por não ter recuperado do ataque. Hoje ganhei e não fiz demasiadas asneiras, mas foi o jogo mais aborrecido da minha vida.

Prostitutas

Estão em todo o lado. Há para todos os gostos e venho a descobrir que se encontram segregadas em áreas geográficas bem específicas. Hoje, no regresso do futebol passei por uma rua completamente ocupada por negras. Junto à minha faculdade há travestis enormes ao final da tarde, numa avenida grande junto à Plaza Universitat filipinas o dia todo, e isto continua.

Por vezes, tenho também prostitutas na porta de uma loja do prédio ao lado. Quando comentei, o meu companheiro de casa disse que é mais seguro assim, que lhe olham pela moto e tudo. De resto, a minha rua tem movimento a noite toda, para quem conhece: é uma excelente ligação pedestre entre o centro e a Grácia; e é bastante segura.

Sabe sempre bem chegar a casa de copos ou de uma sessão mais prolongada na biblioteca (yeah right) e ser brindado com um "boa noite", a que respondo educadamente.

IKEA

É possível ir ao IKEA sem carro.

Precisava muito de uma mesa e já não podia esperar mais pelos "interessados", "talvez", "quando fores liga-me", para partilhar o aluguer dum carro. Decidi despachar a coisa em duas viagens, em que a segunda nasceu quando passeava pela loja e tomava nota mental de tudo que talvez até me desse jeito.

O problema óbvio foi o regresso, mas tive sorte. Há um autocarro a três quarteirões da minha casa que pára em frente ao IKEA; o resto só dependeu da relativa boa vontade do motorista (a minha carga excedia claramente a dimensão máxima permitida, um tipo com uma estante ficou à espera de melhor vontade do próximo motorista); e, claro, da minha disponibilidade física para caminhar com duas caixas grandes, mais desconfortáveis que pesadas.

A montagem foi rápida e pouco complicada e finalmente tenho um sítio para estudar no quarto e para escrever ao PC numa posição confortável. Depois de tentativas rídiculas de escrever em cima da caixa de cartão do meu laptop, encostado à parede em cima da cama, até me apetece estudar num sábado à noite. Duvido que esta vontade dure muito.

Primeira Semana de Aulas

Já há algum trabalho. Entrego problem sets às segundas, quartas (este é bi-semanal) e sextas, o que significa que terei um fim-de-semana de 15 em 15 dias.

Os professores são porreiros, o melhor é um recém graduado que pede desculpa por não poder responder a uma pergunta por ainda não ter preparado o SARP. O de Macro é um austríaco que tenta demasiado. Disse "shit" ao fim de 5 minutos da prmeira aula, é muito sorridente e faz birra quando a malta não participa. O de Econometria é um velhote que explica o que tem a explicar e vai-se embora sem dizer mais nada.

Tenho continuado com futebol e saídas à noite. Terça houve uma festa do departamento num bar no Raval; professores e estudantes mais velhos juntaram-se a nós, isto depois de ter visto o Benfica num pub com alguns ingleses. Bom ambiente. Ontem, fui a uma festa na casa de um aluno do segundo ano (para a qual estava "mais ou menos" convidado); mas acabou por ser muito bom e deu para conhecer mais gente; mais tarde seguimos para a Cidade Velha.

Hoje está um sol radioso. Ainda vou à faculdade avançar no problem set de econometria, mas também passo pela praia para jogar futebol.